sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Fiz tudo errado...

Eu sempre briguei com o excesso de peso, desde que me conheço por gente.
Quando bebê - conta minha mãe que nada me sustentava, eu berrava de fome. Então acabou alimentando-me com mingau de farinha de mandioca e eu calei a boca. “Dá-lhe” mingau e eu crescendo e engordando.
Na infância dos 6 até meus 10 anos eu era uma criança normal, não magra, mas, também não gorda. Com a aproximação da primeira menstruação e as mudanças hormonais acabei engordando um pouco, mas, nada que fosse fora do normal. Então para todos os efeitos, eu sempre fui um menina forte com ossos grandes, do tipo polpuda...kkkkkk.
Pratiquei muito esporte, participei de competições, isso mantia o meu corpo saudável e não obeso.
Durante o período que engravidei dos meus filhos, nunca engordei muito. A gravidez da Juju que foi a segunda e última, aumentei apenas 8 quilos na gravidez toda. O problema começou depois que ela nasceu. Parei tudo o que eu fazia para cuidar dos filhos e da casa e assim desbundei de tanto engordar...
Durante mais de 20 anos sempre foi uma eterna briga e no anseio de perder peso tomei tudo o que se pode imaginar. Perdia, 10, 20 até 30 quilos... No entanto estava tudo errado, pois o meu problema não estava na quantidade que comia e sim na qualidade do que comia. Quando voltava ao meu normal, engordava mais ainda do que já estivera antes.
Hoje, finalmente ciente de que eu preciso perder peso para me sentir bem e estar com boa saúde, depois de exames e estudos, chegamos a conclusão de que alguns alimentos que faziam parte da minha dieta normal precisavam ser eliminados, pelos menos temporariamente para chegar a um ponto de equilibrar isto depois. Com isso estou há 11 dias fazendo uma dieta com acompanhamento médico, sem glúten, sem lactose, sem açúcar, frituras e o mais importante: sem drogas. Vale citar que há mais de um ano eu cortei muitas coisas como: maionese, catchup, pães... e passei a fazer refeições mais saudáveis de legumes e carnes magras, evitando sempre as gorduras saturadas e troquei o arroz branco pelo integral. Cheguei a ser taxada de chata, pelos familiares por conta do sal e das gorduras. Hoje todos já estão se conscientizando também que era necessária a minha chatice.
Com a minha consciência disso tudo, está sendo bem mais tranqüilo fazer a dieta que estou fazendo no momento por que estou sentindo os resultados fisicamente e também mentalmente. Estou sentindo uma energia que há tempos não sentia. Minhas pernas precisam pisar com força quando antes eu as estava quase arrastando. Ganhei uma flexibilidade que antes davam lugar as dores nas articulações. A explosão de ansiedade que eu sentia no peito e que muitas vezes me deu taquicardia foi trocada pelo relaxamento e bem estar. Minha pele que já apresentava sinais de envelhecimento naturais, porém de forma acelerada, mostra um brilho e uma textura que já não tinha. Meus cabelos pararam de cair e hoje estão mais sedosos. Minha cabeça ... então? Nem preciso dizer, acho que dá para sacar, né?
Nestes 11 dias, perdi 2 quilos. Eles parecem pouco, mas, representam muito, uma vez que representam a prova do meu esforço e não de drogas sintetizadas e moderadoras de apetite que tanto nos fazem mal.
A jornada é longa e árdua, pois não poder ceder aos seus impulsos e comer uma taça de sorvete ou mesmo tomar uma lata de cerveja, é um exercício constante. Basta direcionar a vida para outro propósito e não apenas para o prazer de se satisfazer em busca da serotonina tão vital a nós relez humanos. É preciso buscá-la sim, mas, nos lugares certos.

Este não é um discurso empolgado nem eufórico, mas, consciente e solidário para pessoas que como eu, passam por isso e até sofrem discriminação por conta de suas formas não tão sinuosas. Embora eu sempre consegui me impor socialmente e também sexualmente, até por que tenho outros tantos predicados, bem mais nobres do que “gorda”, que muitos não conhecem, sempre houve discriminação- a pior delas, que é a discriminação velada.
Também é para os meus amigos que acompanham, que me dão força e que eu amo de coração pelos seus sentimentos “desinteressados” pela minha pessoa.
Não falo disso com mágoa ou ressentimento, apenas sou bastante incisiva nas minha colocações e elas não iriam mudar por conta de uns quilos a menos.
Com quilos à menos, com quilos à mais, eu continuo a mesma Mara, minha essência já veio pronta para ser desfrutada com os que me foram destinados à conviver.
Espero estar fazendo certo agora...

6 comentários:

Necka Ayala = NA disse...

Yeah! Sempre Aqui, Bru! Na torcida! Na cumplicidade e na chatice de perguntar todo dia: notícias, Mara??? BEIJO

Necka Ayala = NA disse...

Obs.: ô exagero de coment do álbum da Lia. Anyway...thanks a lot!

Lia disse...

Maroca,

vá em frente,querida. Vc não fez tudo errado, fez o que muitas de nós fazemos quando passamos a deixar de lado nossa vida pessoal para cuidar só da casa e dos filhos... O corpo ´sente, a mente também.
No meu caso, passei anos deprimida; E a droga utilizada- tarja preta- era(é ainda) a tal pílula da felicidade, não exatamente o prozac mas um similar..rs.Manutenção, sabe?rsrs
Tô na torcida, por tudo o que você fizer...Tá?
Fez tudo certo.
Beijo.

Ricardo Dalai disse...

lindas palavras...
lindas lindas

beijo querida

Cláudia Regina disse...

Nossa Maroca...legal! Gostei ! Colocou tudo de uma forma simples e objetiva. Mas agora, hummmm, eu sei como tu tá ficando...biiiiita!! Bjao

s.m disse...

Mara ,parabéns pela sua força e vontade,querida.
Seu depoimento é um incentivo não só para as gordinhas ,mas para as mulheres no geral.
Estou torcendo demais por ti,te gosto demais .
Beijos
su