sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Diminuindo o monte

Há meses na minha área de serviço havia um monte. Um monte de roupas para passar.
Sabe como é, você vai passando aquilo que usa e o monte vai crescendo. Sempre que ia passando as roupas que usamos frequentemente ia passando mais uma ou duas peças do monte, para ver se diminuía um pouco, mas estava difícil...
Hoje, já cedo, encarei o monte e arquei com a responsabilidade que me cabia.
- Chega Mara! Eu não agüento mais ver este monte!
E lá fui eu sofrer um pouco para desfazer o tal monte. Passar roupas é coisa que não gosto de fazer, faço por que é necessário.
Fiquei então analisando esta situação e pensei: nossa vida também tem montes. Todos aqueles probleminhas que temos e não resolvemos ou resolvemos em partes, meia boca, tapando o sol com a peneira, deixando sempre para trás.
A medida que fui passando, fui lembrando por que aquelas peças ali ainda estavam.
Uma camisa velha de inverno, horrível de passar, mas que eu amo. É preciso um pouco de sacrifício para as coisas que amamos.
Uma camiseta preta cheia de fiapos, quase passei ela assim mesmo... Não! Assim não dá, é preciso tirar os fiapos. É preciso tirar a sujeira, não se pode ter uma consciência tranqüila quando não se limpa as coisas do nosso íntimo.
Uma toalha de renda complicada de passar - é preciso engomar para que ela fique bonita. As coisas belas nem sempre são tão simples e muitas delas precisam de muita disciplina para que se tornem belas, aplicando um pouco de tudo. Perseverança, carinho, atenção e amor. Afinal o belo se torna belo aos outros quando nós amamos.
Uma bermuda velha, furada, suja de tinta. Ela já foi ferramenta de grandes investidas artísticas, acompanhou-me na fase do amarelo, na fase do verde, do azul...para finalmente chegar ao lilás. Ela já deu o que tinha que dar. Chega! Coisas que não tem mais jeito, sujeiras e cabeçadas que fiz, deixei para trás.
Da mesma forma é nossa vida. Para ser feliz é preciso acabar com o monte ou pelo menos diminuí-lo. Pular fase, pular peças, deixar para depois é ter constantemente um monte na sua vista e às vezes, até no caminho, atrapalhando a sua vida.
E o seu monte, como anda? Hehehehe...

3 comentários:

Lia disse...

Que lindo , Mara!
Acho que preciso encarar o meu monte, viu.E que monte fui acumulando, pode brigar comigo...kkkk
Metafísica pura!Amei o seu texto, hj você está super inspirada- pro texto , pra encarar o monte, pra tudo!
"Congratulations", babe!

Mara disse...

kkkkkkkkkkk
é isso ai amiga Lia.
obrigada querida, a inspiração surge mesmo do cotidiano e forçar não dá tão bom resultado, sabe que até eu gostei?
mil beijos

Marrod apenas Marrod disse...

Sinceramente esse monte ai da sua pronunciação está bem pequeno aqui em casa e estou cuidado pra que ele não cresça ,pois o Carlos adora acumular as coisas e roupas então é sonho dele, montes e montes e eu atras dele pra colocar ordem no barraco, acredito que estou quase que quites ( risos ) mas mesmo sem a ajuda do Carlos, tem a Shiva, Moana e Patrick que também colaboram com seus montes, acho que é minha sina, recolher montes... Vou trabalhar em circo e ganhar o premio como o melhor catador de montes de elefantes, é a vida, quem sabe fico rico ( risos ) adorei o texto - Beijocas amiga